O Lado Bom da Vida – 5 lições

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Acho que nunca tinha feito isso, começar e terminar um livro em um dia apenas. Exceto com livros infantis de letras grandes e gravuras. Ontem decidi ler o livro “O Lado Bom da Vida”. Sim, aquele que inspirou a adaptação cinematográfica homônima. Tenho que dizer que o filme de David O. Russell mudou fui um tanto diferente da história original de Matthew Quick, o escritor. Mas não vou entrar no mérito da discussão, uma vez que uma querida amiga, Clara, reforçou aqui a ideia de que não é preciso haver discussões se o livro é melhor que o filme ou vice-versa, uma vez que livro e cinema são obras diferentes e precisam ser apreciadas respeitando suas individualidades.

Li rápido assim exatamente por causa desta minha amiga. Ela compartilhou comigo que havia escrito num blog sobre o livro/filme e queria que eu lesse seu post. Mas ao começar a leitura vi que algumas das informações que ela dava estavam ligadas ao enredo literário. Logo, tive que me voltar primeiro para escritor Matthew antes de terminar com as impressões de Clara. E foi bem legal a leitura! Principalmente porque aprendi algumas coisas com Pat People, o protagonista do “próprio filme de sua vida”. Para não tornar meu texto longo vou omitir a sinopse do livro que pode ser lida aqui. Mas digo que Pat é um personagem extremamente otimista, e minhas lições têm muito a ver com esta postura determinada. Chega a beirar a utopia, mas é um comportamento até bonito de ser ver por ser ingênuo e puro.

Lição 1 – O ser humano é movido por algo que dê sentido à sua vida. É impressionante a determinação de Pat para se tornar alguém melhor para sua amada. O (mau) humor do pai de Pat mudava de acordo com o resultado dos jogos de seu time favorito, os Eagles. Tiffani, a nova amiga de Pat, estava obcecada por ganhar um “concurso” de dança (e outras coisas mais que você precisa ler no livro para saber rs) e estava disposta a qualquer coisa. Enfim… Precisamos de um motivo para viver, sorrir, nos relacionar!

Lição 2 – O problema é qual é a motivação que escolhemos ou o sentido para onde vamos. Uma boa motivação extrai de nós força descomunal, uma tal que nem imaginávamos ser capazes de ter para a realização da caminhada e alcance do nosso objetivo. Mas uma motivação utópica para na experiência da caminhada, porque nunca nos permitirá chegar ao destino almejado. As vezes a caminhada é excelente, tornando-nos até pessoas melhores, mas o fim é verdadeiro? Se não, uma frustração gigantesca pode nos destruir…

Lição 3 – A necessidade de aceitação (que é um tipo de motivação) é um combustível poderoso que nos impulsiona a caminhar, mas altamente inflamável – se você não supre essa necessidade, assim como se você não alcança seu sentido utópico, sua autoestima será destruída (provavelmente) e você não verá razão para tanto esforço, “uma tremenda perda de tempo. Que vontade de morrer!”.

Lição 4 – Às vezes perdemos o “lado bom da vida” porque achamos que ele se encontra apenas no alcance da nossa meta. O destino real (não utópico), como disse antes, é importantíssimo. Mas o processo revela “lados bons” que desperdiçamos muitas vezes. Se são percebidos podem nos ajudar a caminhar com mais força e por mais tempo – como os amigos inesperados ou a família estranha que temos.

Lição 5 – Mais uma lição: a importância dos bons valores na busca de boas metas. Pat se viu tentado a “trair” sua esposa e seu propósito algumas vezes, mas respondia sempre com “eu sou casado”. Além disso, via a importância de ser gentil e servir as pessoas. Esses eram os bons valores. Mas alguns “maus valores” o atrapalharam também na sua caminhada – a visão de Deus como alguém que age sob a lei da Ação e Reação de Newton ou o apego exagerado à culpa, sem desfruto da graça e do perdão, próprio e dos outros.

Pode ser que ajam mais. Sempre dá para tirar lições de histórias que trazem o ser humano transparente, sem maquiagens. E isso foi o que Matthew fez, na simplicidade dos registros da vida de Pat, que davam até gastura de tanta determinação e ingenuidade, mas que trazia o esboço da fragilidade de uma mente perturbada e ansiosa por alcançar sua meta. Estou pronto para o próximo livro de um dia e mais lições.

Uma Grande Lição (parte I)

Na última sexta-feira de 2011 assisti ao filme Quase Deuses. Excelente. Terminei-o com a sensação de que precisava repensar minhas atividades, meus sonhos: eu tinha que marcar o mundo de uma forma mais significativa. Tolice da minha parte. Não pelo desejo de transformar o mundo, mas por não ter sido sensível o suficiente para ver que a lição do filme é outra e muito mais significativa. Continuar lendo

Metáfora de Venon

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“Ninguém ao ser tentado diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser
tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado
pela própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de
haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a
morte.”
Tiago 1.13-15

A imagem postada é uma das cenas do filme “Spiderman 3”. O filme põe o “grande” Homem-Aranha enfrentando três vilões, dos quais quero destacar o pior deles: Venom. Ele é resultado da relação de simbiose entre o ser humano e uma criatura alienígena. A simbiose traz certas vantagens para os dois ou mais organismos de espécies diferentes envolvidos nesta relação. Na estória, a criatura alienígena oferece poderes e habilidades incríveis ao seu hospedeiro. Contudo a criatura tem personalidade vingativa. E se o seu hospedeiro apresenta algum sentimento de raiva para com outra pessoa, esse lado vingativo se torna mais evidente por meio da relação com a espécie alienígena.

São três os problemas desta relação. O primeiro é que o poder que se ganha é tal que a pessoa não se vê, em sã consciência, existindo longe dele; o segundo é que o ódio e o desejo de vingança, que já estavam presentes na pessoa, tornam-se incontroláveis e as ações decorrentes desses sentimentos podem ser irreversíveis; e o terceiro e o mais preocupante é que a pessoa dominada pelo alienígena não consegue se livrar dele com sua própria força. É necessário um fator externo, que eu não vou contar, pois vai perder a graça pra quem não viu o filme ainda. : )

Tudo bem, mas qual a relação entre o texto bíblico e o personagem Venom do filme?

Não sei se você concorda comigo, mas eu não acredito na existência de um homem bom em sua totalidade. A maioria das nossas ações e sentimentos, infelizmente, são regidos pelo nosso orgulho. E nesse aspecto, concordo com Tomas Hobbes quando ele diz que o “homem é o lobo do homem”.

Contudo o meu objetivo ao expor o texto bíblico e citar um personagem de filme não é apenas dizer que o homem é mal. Mas que a maldade proveniente do ser humano o destrói. O engraçado é que a nossa maldade age, sem a gente perceber, da mesma forma que se dá a relação simbiôntica do vilão Venom em “Spiderman 3”. Cada um tem um desejo específico de satisfação do seu ego. O meio de realização desse desejo pode ser classificado como a criatura alienígena do filme. Ela pode apresentar-se de forma estranha, mas que nos seduz, pois ela é capaz de suprir aquilo que desejamos. A criatura faz-nos parecer mais importantes do que os outros. Ela nos realiza. Mas ela também nos domina e nos cega. Chega um ponto que essa relação, desejo e meio de realização, parece ser a única maneira de continuarmos vivendo. Em função disso damos mais abertura para a prática da nossa vontade e nos sentimos bem por um tempo. Contudo, acabamos nos tornando escravos desse sentimento. E provavelmente não percebemos que ele nos leva à morte. E se, por algum motivo milagroso, notamos que isso está acontecendo e vemos a necessidade de nos afastar dele, não conseguimos. Não com a nossa própria força.

“… todos pecaram…” e “… o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” Romanos 3.23 e 6.23

Eu não consigo me livrar do “corpo dessa morte”, mas Deus, pelo sangue de Jesus derramado na cruz, é forte o suficiente pra me livrar desses desejos do meu “eu”. E, depois de me entregar a essa verdade, o que eu tenho de fazer é tentar fugir das coisas que possam fazer brotar isso em mim novamente. E vou confessar pra você: eu acho muito difícil isso! Mas é a única maneira que eu tenho de ficar mais perto de Deus. É fugindo das coisas erradas que eu desejo fazer.

Não sei se consegui passar o que estava pensando sobre esse assunto e pode ser que eu tenha viajado na relação que eu tentei fazer. Tenho quase certeza de que o roteirista ou o diretor não pensaram nessas coisas quando decidiram fazer o filme. Mas a metáfora de Venom se encaixa perfeitamente na explicação da origem do pecado em nosso coração e como este é responsável pela nossa morte. A esperança quanto a isso é uma: JESUS.