sublime sensação

Foto: sxc.hu

Gosto dessa sensação meio adocicada. Gotas transparentes de orvalho que refratam arco-íris ao nascer do sol. Um sorriso tímido em uma pele branca, um pouco rubro de vergonha. A sensação de alegria, na velocidade dos galopes de cavalos selvagens, em uma colina totalmente verde aveludada. Sentimento aconchegante, como o calor de uma lareira em tempo de frio, acompanhada de um edredom, um chocolate quente e um bom livro. A emoção de um cobertor de estrelas, de fundo negro, meio azulado, e canção de uma lua que sorri para o mundo, que dorme em silêncio ao seu brilho. É a sensação sublime de experimentar um pedacinho do dom perfeito, que expressa a perfeição de seu criador. Melhor do que paixão, que é avassaladora, assim como o tempo de sua permanência (passageira paixão), é a serenidade do amor que cai cálido por sobre os homens e seus sonhos. É eterno, apesar de não saber aqueles que chegam a experimentá-lo. Pensam estes que tal sentimento vem apenas embrulhado em papel de seda, num tom de anil. No entanto, é bem capaz que venha amassado algumas vezes, até sujo ou empoeirado. Apesar disso, se olhado bem de perto, a imperfeição de sua capa não desvanece a perfeição do conteúdo e a eternidade de seu poder, de sustentar o mundo com um suspiro. Por esse sentimento que inspiramos e vivemos inspirados a degustar apenas parte do sentimento sublime. Sublimação, que te leva ao infinito, mesmo quando em dor, com este sentimento, é possível encontrar Deus.

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O Som do Coração

Faça silêncio primeiro.
(pausa)
Doce é o som do silêncio.
(pausa)
Depois, perceba as notas…
As que saem do coração.
(pausa)
É…
(sorriso)
Bom, não é?
(outro sorriso)
Melhor quando fecham-se os olhos.
Tem um som doce e seco.
Pálido, mas colorido.
O som de um mensageiro.
Aquele que convida alguém.
Aquele que anuncia a chuva.
Barulho de xilofones,
Gotas cantantes,
Que me fazem chorar
De alegria…
(mais outro sorriso)
(uma lágrima)
Já te disse sobre essa chuva?
Agora as gotas caem pesadas
E os raios ricocheteiam,
cruzando os ares,
Tocando o surdo,
Os tons,
Chocando os pratos.
(sorriso… suspiro emoção)
Mas não é esse o som do medo.
Esse teria o gosto de outra coisa.
O que sai de mim é algo mais forte,
Que se traduz em trovão e na voz suave de uma soprano.
Esta é a expressão do que corre em mim:
Som de milhares de cavalos
Galopando
Ou uma queda d’água.
Chuva pesada.
Leve.
Que me Leva.
(pauso…)
(suspiro…)
(sinto…)
E nesse momento,
Como um maestro que levanta a batuta,
Ergo o rosto
E as mãos são estendidas.
Molha os olhos.
Umedece o sorriso.
“Humildece” minha alma.
Danço com o vento
Ao cantar da chuva
E transbordo do som mais lindo,
Capaz de ecoar além das montanhas…
De sentir o céu mais próximo de nós.
E a canção que se canta
Encanta e traduz
O som que sai do coração
(pausa)
(suspira)
(melodia)
Nota final:
Amor!

Inspirado no filme O Som do Coração

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